terça-feira, 16 de julho de 2013

GÊNERO NOTÍCIA E REPORTAGEM

1.INTRODUÇÃO AOS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

1.1.A NOTÍCIA   informa o leitor  a respeito de  fatos que aconteceram recentemente , ou que estão acontecendo
.Ela tem compromisso com a veracidade, a verdade, devendo o autor ser o mais neutro possível, abstendo-se de comentários pessoais.
 A notícia é encabeçada  pelo título  que deve ser curto, informativo e atraente  para despertar o interesse do receptor.
A técnica usada para escrever uma notícia se chama pirâmide invertida, ou seja , logo no início está a base, o repórter deve  apresentar a “síntese” da reportagem para fazer o leitor se interessar em ler o resto do texto.
Assim, neste início, deve  apresentar o  máximo de elementos possíveis:  mostrando o que aconteceu, onde aconteceu, quando aconteceu , como aconteceu  e  o porquê aconteceu.. Ex. Na quinta feira, dia 06, ocorreram passeatas  na Avenida Paulista , com estudantes  reivindicando a diminuição do preço das passagens de ônibus.. Este primeiro parágrafo-resumo  da notícia é chamado lead
Outros recursos são usados na notícia: o subtítulo ( ou linha fina, em que são destacados , em linhas gerais , o que aquele título irá abordar); fotos, depoimentos, estes, com a função de tornar mais neutro, objetivo  e verídico o fato.
Com isso pode-se afirmar que a notícia  escrita usa recursos verbais e não verbais(fotos, gráficos p. ex.)
A linguagem escrita  empregada na notícia  deve ser condizente com o receptor médio  pretendido ( p. ex.é diferente o receptor de  notícia de jornal [linguagem urbana de prestígio], em relação ao receptor de  notícia publicada em  revista científica[ linguagem especializada]).
 A linguagem, em qualquer das circunstâncias, escrita ou oral ,  deve ser objetiva, com verbos na 3.ª pessoa e tempo verbal predominante no pretérito perfeito.
O meio,o veículo da notícia é variável: pode ser jornal, revista, rádio, televisão e, agora, a internet,
A revista especializada permite a veiculação da notícia mais detalhada , com maior profundidade; o jornal impresso permite ao articulista menor  profundidade, mas ela já é mais  próxima do evento ocorrido; a notícia  falada e a notícia via internet  são  praticamente instantâneas  ao fato e têm como pontos em comum o fato de serem suscintas  e  atingirem  uma extensão muito grande de receptores.

1.2. REPORTAGEM
A reportagem parte de um fato que foi notícia ou não. O que a reportagem se propões é  apresentar um aprofundamento ,  uma investigação maior, uma   problematização a respeito do  tema. Para tanto, irá  analisar, incorporar citações (de  conceitos   sociais, legais, estatísticos, científicos), irá transcrever  depoimentos e entrevistas, que são denominadas fontes(destacando  com clareza o texto que a  eles se refere, marcando estas transcrições com “aspas”..
Com a inserção de conceitos , transcritos indiretamente( discurso indireto) ou diretamente por meio de aspas,  ocorre a interdiscursividade,.
A interdiscursividade   estabelece  relações entre várias fontes  revestindo a reportagem de maior autoridade, credibilidade.
Na reportagem , por meio das várias  informações, faz-se, também,  a problematização acerca do tema ; aqui, claramente,  o leitor é conduzido a deixar a sua passividade  e optar, pelo menos   internamente ,  em relação ao assunto.
A reportagem, mais do que a notícia, tem que ter em vista o público-alvo.

EM TEMPO.AVISO, CARTAZ, PÔSTER, PROPAGANDA, PUBLICIDADE, ANÚNCIO( Campanha Institucional).
 Por se tratar  de  gênero extremamente dinâmico, com profissionais de várias áreas envolvidos , com a multiplicidade de meios que podem ser um só e até ou conjugados com outros meios,( c. p. ex. rádio, tv, cartaz, etc., cujo aprofundamento é relevante aos profissionais da área) torna-se extremamente sutil  a diferença entre Anúncio, propaganda, publicidade ; cartaz, pôster, Aviso. 
Neste espaço, considerar-se-á  suficiente o conhecimento de  que:
-AVISO: é uma advertência muito suscinta , um pedido de cautela, cuidado , atenção que pode estar veiculado só por imagem, só por palavras, ou ambas.Usado tanto em espaço público, como privado.
CARTAZ: tem a função de apresentar, divulgar visualmente o que se quer(de âmbito comercial, informativo, político, ideológico,artístico).Usado predominantemente em espaço público, logo, é importante a objetividade,  a linguagem direta.
PÔSTER , aproveita elementos do cartaz , mas é usado mais com a função estética, neste, o criador deixa sua individualidade.
Usados como sinônimos e até com conceitos cambiantes entre si, temos  o anúncio, a propaganda e a publicidade.
Pode-se, no entanto, identificar que na propaganda, além de divulgar e  promover o bem , o receptor deve explicitamente ser levado a ter o desejo de o possuir; por sua vez na publicidade haverá , além do objetivo de persuadir o receptor ( aqui considerado como mais abrangente), apresenta   maiores informações sobre o bem ,porque pode ser um produto de inserção, modificador de gosto, aceitação e formador de   tendência do público.
Anúncio vem a ser o ato de levar ao conhecimento público, um fato, um acontecimento, não necessariamente um produto de cunho comercial.
Campanha/ Publicidade institucional não pretende inserção de produto no mercado ou aumentar lucro da empresa; ela pretende divulgar mensagem de caráter social, cultural, muito  embora, de forma subjacente, esta campanha irá agregar valor positivo à imagem da  mesma. 
Modalização.O modo verbal comum  nestes gêneros aqui mencionados  vem a ser o imperativo( mostra, pede, solicita) e se dirige de maneira direta ao interlocutor.Mas há vários recursos que podem reforçar ou atenuar  a vontade expressa no imperativo( uso do você e abrandamento da ordem)
Ex. a)Compre agora! (por) Você compra agora                                                   b)Levante-se ! (por) Você quer levantar?;
      c) Feche a janela! (por) Queira fechar a janela!                                              d) Fale, fale, que eu estou ouvindo( por meio do uso da repetição)





2.ATIVIDADE  PARA ESTUDO

2. OBJETIVO
Trabalhar como mediador na apresentação da situação real , ensejando ao aluno a oportunidade de experimentar a sua autonomia , em sistematizar  e avançar no conhecimento.do que passa ao seu redor
2. Realizar atividades diferenciadas de pesquisa para posterior , debate , confecção do seu  cartaz  com o propósito de fazer com que repercuta em si  o que se passa na sociedade em que vive com vistas a desenvolver o sentimento de pertencimento.
3. Levar o aluno a estabelecer a ressonância do texto  a um enfoque pessoal, elaborando e expondo a  sua própria reflexão
4. Após o aluno ter realizado as  atividades de ler o texto ( nas revistas sugeridas e, também,  em pesquisa na internet); fazer do debate uma construção coletiva , onde haja o posicionamento: quer acatando motivadamente,   quer contra-argumentando com ponto de vista oposto ao seu, quer aceitando algumas posturas e rechaçando outras.
 5. Refletir sobre a realidade que o cerca, expressar seu pensamento e decidir como agir em relação aos desafios.

3. TEXTO PARA LEITURA
           
                                         A revista Veja no dia 19/06/2013  faz uma Reportagem Especial, às fls. 86 e ss.  acerca  das passeatas que aconteceram no Brasil.          
                                         Na reportagem em causa,  menciona que  o motivo inicial foi o aumento das tarifas de ônibus e que as passeatas   foram convocadas pelo Movimento Passe Livre que não tem sede e menos de cem pessoas como integrantes, sendo que nas duas primeiras passeatas não conseguiu arregimentar mais de 2.000 pessoas.
                                        A revista já  identifica que, nas mesmas passeatas , havia grupos  infiltrados  sendo eles “as  minorias que participaram ativamente do quebra-quebra , dizendo que  são os suspeitos de sempre: militantes de partidos de extrema esquerda, PSTU, PSOL, PCO e PCdoB, militantes radicais de partidos  de centro-esquerda ( PT e PMDB), punks e desocupados de outras denominações  tribais urbanas, sempre dispostos a driblar o tédio  burguês aderindo a algum protesto violento”
                                          Continuando, a reportagem passa a analisar que, como em Wall Street, em Nova York, a causa original dos protestos foi se metamorfoseando em várias outras reivindicações ; foi se  multiplicando, por vários lugares do país , e se avolumando com a participação  maciça dos  jovens e  adultos, que surgiam  pelas adesões   via computador, nas redes sociais..
                                          Na semana seguinte, a respeito da adesão, lê-se na Veja São Paulo de 26 de junho de 2013  que: “ A série de protestos começou na quinta (6) com cerca de 2.000 pessoas. Engrossada com temas como a precariedade dos hospitais e os gastos da Copa do Mundo, chegou a reunir 65.000 pessoas na segunda(17) , nos cálculos do instituto Datafolha. Aos jovens se juntaram mães e avós, em percursos por cartões-postais  da metrópole  como a Avenida Paulista e a Ponte Estaiada, chegando ao Palácio dos Bandeirantes.(...) Na quinta (20) 100.000 pessoas , segundo a Polícia Militar , voltaram a tomar a Avenida Paulista”.
                                         Diz  o texto que “, dessa vez para festejar a decisão do governo”, embora seja discutível  esta avaliação, face aos inúmero cartazes e entrevistas nos meios de comunicação,  em que  ficava claro estarem incluídas outras pautas  de s reivindicações, como por exemplo: cadeia para os mensaleiros, fim à corrupção, indignação com os gastos para construir estádios e não hospitais; repúdio à tentativa de amordaçar o Ministério Público por meio da PEC 37; pedido de mais segurança e escola pública de qualidade..
                                        Considera-se  errada   esta avaliação de que se estava festejando a redução dos centavos da passagem  porque  deveriam  levar em conta o viés  interno, comum  a ligar  todos os cartazes postos nas ruas: “eu sou o meu pais!”  Ou seja, o brasileiro expôs o senso de pertencimento ao seu  país  e, mesmo que  os pedidos não tragam benefícios  para a própria pessoa , reivindica o  bem da comunidade; o brasileiro disse nas ruas que  este bem está sendo solapado pelos gestores que, independentemente  dos partidos, governam em interesse próprio , em conivência com os corruptos , sem fazer reverter o que cobra, quer em passagem de ônibus, quer em impostos, em benefício da população.
                                         Na , mesma data, na edição nacional, a  Revista demonstra  a relevância  das  manifestações , emite um Editorial, nas Páginas Amarelas  apresenta  entrevista sobre este tema ”,e, em reportagem ,   chegou  a estimar que, na noite de 5.ª feira (20) havia mais de 1 milhão de pessoas protestando no Brasil..
                                          Nesta edição, inicia a reportagem com o seguinte lead: “ Podem se passar décadas sem que nada mude, mas uma semana pode concentrar décadas de mudança”. Foi o que se viu na semana passada. Quem acha que não mudou em alguma coisa  e que o Brasil não mudou , passou os últimos dias isolado em uma bolha hermética.
                                         Curiosamente, aqueles que mais se enxergam como agentes da mudança , os partidos de esquerda, foram os que  mais se viram emparedados pela nova realidade das ruas.
                                          O PT acreditava que a paixão dos brasileiros por futebol seria exacerbada pelas Copas, de tal forma que ninguém mais notaria a corrupção e a ineficiência do governo. Errou feio. Os cartazes nas ruas fizeram das Copas  símbolos odiados pelo gasto  público de péssima qualidade, do desvio de dinheiro e do abuso de poder.(...)
                                            Falcão( o presidente do PT) mandou as militâncias retomar as ruas, das quais os petistas se achavam donos , e viu o povo cair de pau na hipocrisia. Lula mandou os sindicalistas se fingirem de povo  e o resultado foi o mesmo. (Receberam ) Cascudos como intrusos e tiveram suas bandeiras queimadas e rasgadas.
                                            Os esquerdistas tiveram de ouvir um dos mais elegantes xingamentos da história mundial das manifestações: “ oportunistas, oportunistas”
                                           Para quem não é do ramo, a frase que abre este texto é do pai de todas as revoluções, o russo Lênin. Até ele ficaria sem palpite, se tivesse presenciado as mudanças dos últimos dias no Brasil” ( apud. P. 63, Veja 26 de junho de 2013.
                                          Na avaliação de Santana ( marqueteiro do governo) ,às  p. 71 , lê-se: “(...) nos últimos  anos , a vida do brasileiro médio melhorou “da porta para dentro” com aumento do emprego, da renda e do consumo, mas piorou significativamente “da porta para fora, com o crescimento da criminalidade, a piora do trânsito e do transporte público
                                         O que se colheu até agora a respeito das manifestações foi a redução das tarifas de ônibus em vários lugares, porque os governantes  ainda insistem  em serem cegos e  imediatistas, achando que assim vão calar as ruas.
                                        .Não perceberam  que  o povo está dizendo  que o que se  paga no Brasil  é  muito mal pago; mesmo que a passagem de ônibus  fosse de graça ,  quem  anda de ônibus é tratado pior   do que gado , transportado com mais dignidade, senão a sociedade protetora dos animais  vai agir.. 
                                         Não perceberam que o povo sabe que por trás  da ineficiência do transporte público  está a corrupção , os empresários do setor sendo financiadores de campanhas que recebem em troca  editais de licitação dirigidos, “uma fiscalização  leniente e vista grossa para planilhas suspeitas”( opus cit.. p 86-87,) TEXTO ADAPTADO DA Revista Veja edição 2326-  ano 46, n.ª 25 de 19/06/2013 ;
Revista Veja  ano 46, N.º 26(Veja São Paulo) de 26/06/2013; Revista Veja  edição 2327- ano 46, n.º 26 de 26/06/2013; Revista Veja  edição 2328- ano 46- n.º 27 de o3 de julho de 2013


4. MOMENTO DE ENTENDIMENTO DO TEXTO



Elabore um cartaz de  protesto,  escolhendo um destes enfoques a seguir sugeridos, para, depois, ser afixado em varal coletivo.
a)       coisa errada em relação ao país;
b)       coisa errada em relação a sua cidade
c)       coisa errada em relação a sua escola







Atividade de Leitura ,  debate oral e apresentação da música
               “ Até Quando”
                               de Gabriel, o Pensador e Itaal Shur







Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha de sofrer!

Até quando você vai ficar usando rédea?!
Rindo da própria tragédia Até quando você vai ficar usando rédea?!
Pobre, rico ou classe média
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
Muda que o medo é um modo de fazer censura.

Até quando você vai levando (Porrada ! porrada!)
Até quando você vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando? (porrada! Porrada!)
Até quando vai ser saco de pancada?

Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente
O seu filho sem escola, seu velho ta sem dente
Ce tenta ser contente e não vê que é revoltante
Você ta sem emprego e sua filha ta gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocente foi preso em flagrante!
É tudo flagrante! É tudo flagrante!
É tudo flagrante! É tudo flagrante!

A polícia
Matou o estudante
Falou que era bandido
Chamou de traficante!
A justiça
Prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado
E absolveu os PMs do Vigário!

A polícia só existe pra manter você na lei
Lei do silêncio, Lei do mais fraco
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco
A programação existe pra manter você na frente
Na frente da TV, que é pra (te) entreter
Que é pra você não ver que o programado é você!

Acordo, não tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar
O cara me pede diploma, não tenho diploma, não tenho diploma, não pude estudar
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado, que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá
Consigo um emprego, começa o emprego, me mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar
Não peço arrego, mas onde eu chego se eu fico no mesmo lugar?
Brinquedo que o filho me pede, não tenho dinheiro pra dar!

Escola! Esmola!
Favela! Cadeia!
Sem terra, enterra!
Sem renda, se renda! Não! Não!

Muda que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda, ninguém manda na gente!

Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de atitude a gente fica mais seguro!
Na mudança do presente , a gente molda o futuro!
Até quando você vai ficar levando porrada,
Até quando vai ficar sem fazer nada!
Até quando você vai ficar de saco de pancada?
Até quando?

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