quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Atividade de Pontuação e Recursos prosódicos.


 

“ As reticências são os três primeiros passos do pensamento que continua por conta própria o seu caminho” Mário Quintana

Série: 7.º ano
Tempo estimado: 4 aulas
Objetivo: Levar o aluno a identificar os sinais de pontuação e os efeitos em relação                
                  à  clareza de sentido na escrita.
                 Levar o aluno, com suporte na entonação, ser capaz de pontuar um
                 texto.
                 Desenvolver a habilidade de identificar na pontuação, os efeitos de
                 sentido  que foram intensificados, quer na leitura  oral, quer no texto
                 escrito.
           
1.º MOMENTO: apresentação/ reforço dos sinais de pontuação com leitura oral e  representação escrita.
Muito embora não se queira que o uso da pontuação esteja descontextualizado de textos, este primeiro momento será para recordar e ter um ponto de partida comum face aos diferentes níveis de requisitos prévios.
 

 Quem sou eu?

Apareço no fim das frases e indico que as mesmas  estão completas.
Sou o .....................................e meu sinal gráfico é ..................
Ex. Hoje está chovendo. O amor vence as pessoas mais cruéis.
Apareço no interior das frases e sou uma pequena pausa para respirar 
Sou a ...............................................e meu sinal gráfico é .......................
Ex. Hoje está chovendo, está ventando  e está fazendo frio.
Apareço sempre fazendo pergunta e pedindo uma resposta
Sou o .........................................e meu sinal gráfico é ........................
Ex. Hoje vai chover?
Apareço para demonstrar  o coração, com  emoção ,com  medo e muito mais sentimentos
Sou o ......................................................e meu sinal gráfico é...................
Ex. Hoje chove muito!
Apareço para mostrar que não disse tudo, existe mais coisas a dizer...
Sou a ................................................e o meu sinal gráfico é ....................
Ex. Hoje está chovendo e ....
Sou muito útil porque informo que estou emprestando, citando  palavras de outros
Sou as ......................................................e meu sinal gráfico é ...............................
Ex. Hoje “ chove chuva choverando” disse Oswald de Andrade no poema.

Apareço para demonstrar que alguém está falando, por isso tenho formato de língua
Sou o .............................................. e meu sinal gráfico é .................................
Meu pai disse:
-Aqui está chovendo.

Abro a boca e mostro dois pontos que são os dentes de cima e de baixo. No meio dos dois dentes  deixo sair a explicação e deixo o outro falar.
Sou o ......................................................e o meu sinal gráfico é ........................
Ex. Meu pai disse:

 

2º MOMENTO. Momento da Vírgula
Atividade: Uso da vírgula  substituindo o E , separando vocativo , aposto.  Proibição da vírgula entre sujeito e predicado.

EM TEMPO: VOCATIVO é a pessoa, ou coisa a quem você se dirige chamando.
                      ( Aceita a interjeição “ Ó”, não se transforma em oração)
                      Ex. Meu filho, venha aqui!
                      APOSTO é um elemento da frase que explica, ou caracteriza , ou enumera
                      um substantivo ou pronome. ( Não aceita a interjeição “Ó”, pode-se
                      transformar numa oração iniciada pelo relativo “QUE”)
                      Ex. Santos  Dumont, o pai da aviação, faleceu jovem.



Exercícios.( Propõe-se apresentar os exercícios  textos, aos poucos, sem pontuação,
                       embora, aqui, já esteja pontuado)
A)    Diferenciar aposto e vocativo, pontuando corretamente. Fazer leitura oral para fixar entonação e expressividade.

 1.Nós,os  professores, queremos ensinar a todos os alunos.
 2.Dorme, minha filha, o teu sono de anjinho.
 3.Meus filhos, afastai-vos dos maus amigos!
 4.Campinas, cidade das andorinhas, é bonita!
 5.Dorme, cidade das andorinhas!
 6.Deus, ó Deus, onde estás que não respondes?
 7.Derrama, ó Senhor, sua misericórdia sobre os homens!
 8.Deus, o pai de todas as graças, nos abençoa.
 9.Ingrata  escola, não irás desfazer  os meus sonhos  !
10.A escola, cumpridora de seus deveres, sabe educar e valorizar seus professores.
11.Meus alunos, sois a alma desta escola!
12.O estudante, aluno estudioso, é a alma desta escola.
13.Deus o acompanhe, meu filho!
14.Venha almoçar, menina!
15.João, meu filho caçula, é estudioso.
16.Deseja alguma coisa, Senhor?
17. Aonde vais, meu filho, a estas horas?

B)Perceber, por meio de exercício de entonação,  a proibição de vírgula entre sujeito e predicado.
      
1.Deus criou o mundo. Não pode: Deus, criou o mundo
2.O estudo dá segurança nas provas.
      3.Os alunos estudiosos são felizes.
      4.Algumas doenças são psicológicas.
      5.Toda aquela cidade estava deserta.

 C ) Reforço da identificação de sujeito e predicado ( pontuação)

1.      Paulo ofereceu, com muita alegria, uma festa no seu aniversário.
#    Com muita alegria, Paulo ofereceu uma festa no seu aniversário.
Não pode: Paulo,ofereceu............? Pq? R. Sujeito e predicado
2.Depois do tratamento, Paulo ficou curado.
3.No dia do meu aniversário, eu darei uma festa.
4.Todos os dias, o bom aluno estuda..
5.Naquele dia, a escola não teve aula.

D)Reforço sujeito(composto) unidos por vírgula entre si, mas não entre eles e o predicado
1.O céu, a terra, o mar demonstram a grandeza de Deus!
2.Seu pai, sua mãe e seus irmãos merecem o seu respeito.
3.As aves, os animais e vegetais sofrem no inverno muito rigoroso.
4.Minha chave, minha bolsa e meu cartão de crédito  estão na gaveta.
5.Meu pai, minha mãe e minha avó vieram da Bahia.
 

3.º MOMENTO: Exercícios de pontuação e entonação em pequenos textos já estruturados.(leitura em grupo)

            1.Era uma vez uma menina linda, alta e estudiosa.Sentava na carteira perto da janela e ficava escrevendo no caderno  com letra muito bonita, quando o professor passou e perguntou:
             -Lúcia, você fez a tarefa?
             -Professor, a tarefa era para hoje?
             -Sim, era para  hoje.

2.      Era inverno. Havia chovido muito e as formigas estavam trabalhando, quando apareceu  a cigarra:
-Por favor, formigas, vocês poderiam me dar comida?
As formigas pararam e olharam para a cigarra e disseram:
-O que você esteve fazendo durante o verão?
-Ah, eu estive passeando, viajando e cantando.
            -Então, se você não se preocupou no verão, agora não é justo vir pedir para nós.
            As formigas voltaram para suas tocas e a cigarra viu que nos tempos bons se
      deve pensar no futuro, no dia de amanhã
 

4ª MOMENTO : PEQUENOS TEXTOS PARA ESTRUTURAR E  PONTUAR

1)A professora estava entregando as produções de texto que  os alunos haviam feito em casa Quando entregou a de Priscila  ela falou Priscila  por que você faltou ontem É professora precisei  sair com minha mãe.

2)Meu irmão  estava distraído  mexendo na xícara  embaixo da mesa. A minha mãe viu que ele não estava tomando o leite. Ela perguntou O que você está fazendo  Estou tentando ver se o meu cachorrinho gosta de leite.


3)Um homem chegou perto do menino que estava sentado na calçada e falou Ei menino  você aceita um sorvete Não obrigado Meus pais me proibiram de conversar e aceitar alguma coisa de estranhos.

 

5ºMOMENTO Atividade de reforço de  pontuação
( apud  HTTP:professoracarina.blogspot.com.br/2011/03 texto-para-pontuar)


                        Para Quem è O Presente?
                        Dona Sara saíra de viagem. Sua ausência duraria aproximadamente dois meses, pois visitaria, na Itália, seus parentes os quais  não via há 20 anos.
                        Mas, antes de viajar, dona Sara deixou um presente. Não disse para quem era, mas, no pacote, havia um cartãozinho em que ela havia escrito quem  era o destinatário do presente.
                         Após a partida, reuniram-se o filho, a nora, os netos e Renata, sua melhor amiga, para ler o cartão e saber de quem era esse pacote enorme e tentador.
                        O filho leu a mensagem, e era evidente que sua mãe havia deixado o presente para ele.
                         Todos  iam saindo conformados , quando Renata gritou:
                        -Um momento! Eu sabia que Sara não ia fazer isso comigo. Afinal, sou a sua melhor amiga!
                        E acrescentou com um sorriso de triunfo!
                        Escutem isso!
                        Então leu o cartão em voz alta e ninguém pode duvidar : o presente era para ela.
                        A esta altura dos acontecimentos, todos quiseram ler o cartão e viram que tanto o filho, quanto Sara não estavam mentindo.
                        Vamos ver quem descobre o mistério.
                        O cartão era este:
                        Este presente é pra meu neto não
                        para minha neta também não penso em
                        dá-lo para Renata minha melhor amiga
                         não é para meu filho jamais será dado
                        para minha nora Elisa.
                     
                      1)  O filho leu assim:
   Este presente é para meu neto? Não.
    Para minha neta? Também não.
    Penso em dá-lo para Renata, minha melhor amiga? Não.
    É PARA MEU FILHO.
    Jamais será dado para minha nora Elisa.
 
                        2)A amiga Renata leu assim:
    Este presente é para meu neto? Não.
    Para minha neta? Também não.
    PENSO EM DÁ-LO PARA RENATA, MINHA MELHOR AMIGA.
    Não é  para meu filho.
    Jamais será dado para minha nora Elisa.

Neste momento, os a nora e os netos  perceberam a importância da pontuação e resolveram  usar da mesma em favor deles. Cada um pegou o bilhete e começou a ler a seu favor.
            3)Querem ver como a nora leu?
            Este presente é para meu neto? Não.
             Para minha neta, também não.
            Penso em dá-lo para Renata, minha melhor amiga? Não.
            É para meu filho? Jamais.
            SERÁ DADO PARA MINHA NORA ELISA.

            4)Querem ver como o neto leu?
            ESTE PRESENTE É PARA MEU NETO.
            Não para minha neta.
            Também não penso em dá-lo para Renata, minha melhor amiga.
            Não é para meu filho.
            Jamais será dado para minha nora Elisa.
           
            5)Querem ver como a neta leu?
            Este presente é  para meu neto? Não.
            PARA MINHA NETA.
            Também não penso em dá-lo para Renata, minha melhor amiga.
            Não é para meu filho.
            Jamais será dado para minha nora Elisa.
           
             Querem saber como terminou a história?
             Como não puderam chegar a um acordo, tiveram que esperar que a vovó voltasse, para saber quem era o afortunado.
            Por sorte ela voltou e trouxe mais quatro presentes e todos ficaram felizes.

 
6.º MOMENTO. A PONTUAÇÃO E SUA EXPRESSIVIDADE POÉTICA.
Objetivo:
Identificar o suporte semântico de cada pontuação na construção dos novos significados propostos pelo poeta.

Desenvolver a sensibilidade do leitor para perceber os sentidos subjacentes ao texto
Reconhecer o emprego da linguagem figurada e o seu efeito na produção de sentido

QUESTÃO DE PONTUAÇÃO
              (Melo Neto. João Cabral de. Museu de tudo e Depois. RJ. Nova Fronteira, 1988, p. 146)

Todo mundo aceita que ao homem
cabe pontuar a própria vida:
que viva em ponto de exclamação
(dizem: tem alma dionisíaca);

Viva em ponto de interrogação
(foi filosofia, ora é poesia);
Viva equilibrando-se entre vírgulas
E sem pontuação(na política):

O homem só não aceita do homem
Que use a só pontuação fatal:
Que use, na frase que ele vive,
O inevitável ponto final.




O poeta lança o verbete: Pontuar:v. assinalar,caracterizar, marcar, sinalizar
Deste, constrói a linguagem figurada, que sugere:
-pontuar a própria vida: marcar, sinalizar,ter atitude , construir  a própria vida
-sem pontuação(na política) : sentido contrário
-ponto de exclamação:arrebatamento, incentivo, estímulo, desejo, coração
-alma dionisíaca: sonho, prazer.
-ponto de interrogação: questionar, questionar, avaliar , aconselhar-se, ouvir
-viva equilibrando-se entre vírgulas:entre pausas para respira, para pensar, se reavaliar
-que use na frase em que ele vive: no caminho de sua vida, na sua trajetória.
-pontuação fatal/ ponto final: a morte.

CONCLUSÃO: Ao longo do poema são mencionados o ponto de interrogação, o ponto de exclamação, a vírgula e o ponto final . Os sinais de pontuação aparecem com a função de demonstrar a expressividade dos mesmos e, para tanto, o poeta relaciona-os  com a vida, os problemas, as alegrias , as pausas  que fazem parte da  trajetória do ser humano( até o ponto final).
                     No poema, o tema é a VIDA.







AVALIAÇÃO. EM CADA MOMENTO PROPOSTO, serão feitas avaliações para mensurar a habilidade em  usar a pontuação, identificar os efeitos de sentidos  quer no texto escrito,quer na leitura  oral.
Serão propostas atividades de escrita individual: conversa telefônica; conversa de call Center, etc.

 


ATIVIDADE EXTRA PARA LEITURA JOGRALIZADA.

QUEM É IMPORTANTE?
Poema de Tatiana Belink(in: Diversos Russos. São Paulo, Scpione, 1994)

Numa página interna,
Deu-se a grande reunião
Dos sinais de pontuação
Para decidir, no instante,
Qual era o mais importante.

Chegou correndo, afobadão
O Ponto de Exclamação.
Bufando, todo excitado,
Entusiasmado ou assustado:
-Socorro!
-Viva!
-Saravá!
-Dá o fora! Sempre a berrar.


E logo, todo sinuoso,
A rebolar-se entrou, pimpão,
O enxerido e mui curioso
Dom Ponto de Interrogação.
-Quem é?
-Por quê?
-Aonde?
-Quando? Ele só vive perguntando.

E vem as Vírgulas dengosas,
Muito falantes, muito prosas,
E anunciam: -Nós, meninas,
Somos as pausas pequeninas
Que, pelas frases espalhadas,
São sempre solicitadas.


Mas já chegaram os Dois Pontos.
Ponto e Vírgula, e pronto!
Tem início a discussão,
Que já dá em confusão:
Se por cima tem um ponto,
A vírgula é um sinal bem tonto!
-Ponto e vírgula declara
Arrogante e fecha a cara.

-Essa não! Tenha paciência!
Intervém as Reticências.
Somos nós as importantes.
Tanto agora como dantes
Quando falta competência,
Botam logo...Reticências

Til e Acento Circunflexo,
Numa discussão sem nexo,
Cara a cara, bravo, quase
Se engalfinham.
Mas a Crase corta a briga, ao declarar:
-Poucos sabem me empregar!
Me respeitem, pois, bastante,
Já que eu sou tão importante!


Mas Dois Pontos protestaram:
-Importante  eu é que sou!
Eu preparo toda ação
E a e-nu-me-ra-ção ! ..,
É aqui que nós entramos!
Nós, as Aspas, e avisamos:
Sem nossa contribuição
Não existe citação.


A Cedilha e o Travessão
Já se enfrentaram, mas, então,
Bem na hora, firme e pronto
Se apresenta o Senhor Ponto:
-Importante é o meu sinal.
Basta. Fim. PONTO FINAL.


 



terça-feira, 16 de julho de 2013

GÊNERO NOTÍCIA E REPORTAGEM

1.INTRODUÇÃO AOS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

1.1.A NOTÍCIA   informa o leitor  a respeito de  fatos que aconteceram recentemente , ou que estão acontecendo
.Ela tem compromisso com a veracidade, a verdade, devendo o autor ser o mais neutro possível, abstendo-se de comentários pessoais.
 A notícia é encabeçada  pelo título  que deve ser curto, informativo e atraente  para despertar o interesse do receptor.
A técnica usada para escrever uma notícia se chama pirâmide invertida, ou seja , logo no início está a base, o repórter deve  apresentar a “síntese” da reportagem para fazer o leitor se interessar em ler o resto do texto.
Assim, neste início, deve  apresentar o  máximo de elementos possíveis:  mostrando o que aconteceu, onde aconteceu, quando aconteceu , como aconteceu  e  o porquê aconteceu.. Ex. Na quinta feira, dia 06, ocorreram passeatas  na Avenida Paulista , com estudantes  reivindicando a diminuição do preço das passagens de ônibus.. Este primeiro parágrafo-resumo  da notícia é chamado lead
Outros recursos são usados na notícia: o subtítulo ( ou linha fina, em que são destacados , em linhas gerais , o que aquele título irá abordar); fotos, depoimentos, estes, com a função de tornar mais neutro, objetivo  e verídico o fato.
Com isso pode-se afirmar que a notícia  escrita usa recursos verbais e não verbais(fotos, gráficos p. ex.)
A linguagem escrita  empregada na notícia  deve ser condizente com o receptor médio  pretendido ( p. ex.é diferente o receptor de  notícia de jornal [linguagem urbana de prestígio], em relação ao receptor de  notícia publicada em  revista científica[ linguagem especializada]).
 A linguagem, em qualquer das circunstâncias, escrita ou oral ,  deve ser objetiva, com verbos na 3.ª pessoa e tempo verbal predominante no pretérito perfeito.
O meio,o veículo da notícia é variável: pode ser jornal, revista, rádio, televisão e, agora, a internet,
A revista especializada permite a veiculação da notícia mais detalhada , com maior profundidade; o jornal impresso permite ao articulista menor  profundidade, mas ela já é mais  próxima do evento ocorrido; a notícia  falada e a notícia via internet  são  praticamente instantâneas  ao fato e têm como pontos em comum o fato de serem suscintas  e  atingirem  uma extensão muito grande de receptores.

1.2. REPORTAGEM
A reportagem parte de um fato que foi notícia ou não. O que a reportagem se propões é  apresentar um aprofundamento ,  uma investigação maior, uma   problematização a respeito do  tema. Para tanto, irá  analisar, incorporar citações (de  conceitos   sociais, legais, estatísticos, científicos), irá transcrever  depoimentos e entrevistas, que são denominadas fontes(destacando  com clareza o texto que a  eles se refere, marcando estas transcrições com “aspas”..
Com a inserção de conceitos , transcritos indiretamente( discurso indireto) ou diretamente por meio de aspas,  ocorre a interdiscursividade,.
A interdiscursividade   estabelece  relações entre várias fontes  revestindo a reportagem de maior autoridade, credibilidade.
Na reportagem , por meio das várias  informações, faz-se, também,  a problematização acerca do tema ; aqui, claramente,  o leitor é conduzido a deixar a sua passividade  e optar, pelo menos   internamente ,  em relação ao assunto.
A reportagem, mais do que a notícia, tem que ter em vista o público-alvo.

EM TEMPO.AVISO, CARTAZ, PÔSTER, PROPAGANDA, PUBLICIDADE, ANÚNCIO( Campanha Institucional).
 Por se tratar  de  gênero extremamente dinâmico, com profissionais de várias áreas envolvidos , com a multiplicidade de meios que podem ser um só e até ou conjugados com outros meios,( c. p. ex. rádio, tv, cartaz, etc., cujo aprofundamento é relevante aos profissionais da área) torna-se extremamente sutil  a diferença entre Anúncio, propaganda, publicidade ; cartaz, pôster, Aviso. 
Neste espaço, considerar-se-á  suficiente o conhecimento de  que:
-AVISO: é uma advertência muito suscinta , um pedido de cautela, cuidado , atenção que pode estar veiculado só por imagem, só por palavras, ou ambas.Usado tanto em espaço público, como privado.
CARTAZ: tem a função de apresentar, divulgar visualmente o que se quer(de âmbito comercial, informativo, político, ideológico,artístico).Usado predominantemente em espaço público, logo, é importante a objetividade,  a linguagem direta.
PÔSTER , aproveita elementos do cartaz , mas é usado mais com a função estética, neste, o criador deixa sua individualidade.
Usados como sinônimos e até com conceitos cambiantes entre si, temos  o anúncio, a propaganda e a publicidade.
Pode-se, no entanto, identificar que na propaganda, além de divulgar e  promover o bem , o receptor deve explicitamente ser levado a ter o desejo de o possuir; por sua vez na publicidade haverá , além do objetivo de persuadir o receptor ( aqui considerado como mais abrangente), apresenta   maiores informações sobre o bem ,porque pode ser um produto de inserção, modificador de gosto, aceitação e formador de   tendência do público.
Anúncio vem a ser o ato de levar ao conhecimento público, um fato, um acontecimento, não necessariamente um produto de cunho comercial.
Campanha/ Publicidade institucional não pretende inserção de produto no mercado ou aumentar lucro da empresa; ela pretende divulgar mensagem de caráter social, cultural, muito  embora, de forma subjacente, esta campanha irá agregar valor positivo à imagem da  mesma. 
Modalização.O modo verbal comum  nestes gêneros aqui mencionados  vem a ser o imperativo( mostra, pede, solicita) e se dirige de maneira direta ao interlocutor.Mas há vários recursos que podem reforçar ou atenuar  a vontade expressa no imperativo( uso do você e abrandamento da ordem)
Ex. a)Compre agora! (por) Você compra agora                                                   b)Levante-se ! (por) Você quer levantar?;
      c) Feche a janela! (por) Queira fechar a janela!                                              d) Fale, fale, que eu estou ouvindo( por meio do uso da repetição)





2.ATIVIDADE  PARA ESTUDO

2. OBJETIVO
Trabalhar como mediador na apresentação da situação real , ensejando ao aluno a oportunidade de experimentar a sua autonomia , em sistematizar  e avançar no conhecimento.do que passa ao seu redor
2. Realizar atividades diferenciadas de pesquisa para posterior , debate , confecção do seu  cartaz  com o propósito de fazer com que repercuta em si  o que se passa na sociedade em que vive com vistas a desenvolver o sentimento de pertencimento.
3. Levar o aluno a estabelecer a ressonância do texto  a um enfoque pessoal, elaborando e expondo a  sua própria reflexão
4. Após o aluno ter realizado as  atividades de ler o texto ( nas revistas sugeridas e, também,  em pesquisa na internet); fazer do debate uma construção coletiva , onde haja o posicionamento: quer acatando motivadamente,   quer contra-argumentando com ponto de vista oposto ao seu, quer aceitando algumas posturas e rechaçando outras.
 5. Refletir sobre a realidade que o cerca, expressar seu pensamento e decidir como agir em relação aos desafios.

3. TEXTO PARA LEITURA
           
                                         A revista Veja no dia 19/06/2013  faz uma Reportagem Especial, às fls. 86 e ss.  acerca  das passeatas que aconteceram no Brasil.          
                                         Na reportagem em causa,  menciona que  o motivo inicial foi o aumento das tarifas de ônibus e que as passeatas   foram convocadas pelo Movimento Passe Livre que não tem sede e menos de cem pessoas como integrantes, sendo que nas duas primeiras passeatas não conseguiu arregimentar mais de 2.000 pessoas.
                                        A revista já  identifica que, nas mesmas passeatas , havia grupos  infiltrados  sendo eles “as  minorias que participaram ativamente do quebra-quebra , dizendo que  são os suspeitos de sempre: militantes de partidos de extrema esquerda, PSTU, PSOL, PCO e PCdoB, militantes radicais de partidos  de centro-esquerda ( PT e PMDB), punks e desocupados de outras denominações  tribais urbanas, sempre dispostos a driblar o tédio  burguês aderindo a algum protesto violento”
                                          Continuando, a reportagem passa a analisar que, como em Wall Street, em Nova York, a causa original dos protestos foi se metamorfoseando em várias outras reivindicações ; foi se  multiplicando, por vários lugares do país , e se avolumando com a participação  maciça dos  jovens e  adultos, que surgiam  pelas adesões   via computador, nas redes sociais..
                                          Na semana seguinte, a respeito da adesão, lê-se na Veja São Paulo de 26 de junho de 2013  que: “ A série de protestos começou na quinta (6) com cerca de 2.000 pessoas. Engrossada com temas como a precariedade dos hospitais e os gastos da Copa do Mundo, chegou a reunir 65.000 pessoas na segunda(17) , nos cálculos do instituto Datafolha. Aos jovens se juntaram mães e avós, em percursos por cartões-postais  da metrópole  como a Avenida Paulista e a Ponte Estaiada, chegando ao Palácio dos Bandeirantes.(...) Na quinta (20) 100.000 pessoas , segundo a Polícia Militar , voltaram a tomar a Avenida Paulista”.
                                         Diz  o texto que “, dessa vez para festejar a decisão do governo”, embora seja discutível  esta avaliação, face aos inúmero cartazes e entrevistas nos meios de comunicação,  em que  ficava claro estarem incluídas outras pautas  de s reivindicações, como por exemplo: cadeia para os mensaleiros, fim à corrupção, indignação com os gastos para construir estádios e não hospitais; repúdio à tentativa de amordaçar o Ministério Público por meio da PEC 37; pedido de mais segurança e escola pública de qualidade..
                                        Considera-se  errada   esta avaliação de que se estava festejando a redução dos centavos da passagem  porque  deveriam  levar em conta o viés  interno, comum  a ligar  todos os cartazes postos nas ruas: “eu sou o meu pais!”  Ou seja, o brasileiro expôs o senso de pertencimento ao seu  país  e, mesmo que  os pedidos não tragam benefícios  para a própria pessoa , reivindica o  bem da comunidade; o brasileiro disse nas ruas que  este bem está sendo solapado pelos gestores que, independentemente  dos partidos, governam em interesse próprio , em conivência com os corruptos , sem fazer reverter o que cobra, quer em passagem de ônibus, quer em impostos, em benefício da população.
                                         Na , mesma data, na edição nacional, a  Revista demonstra  a relevância  das  manifestações , emite um Editorial, nas Páginas Amarelas  apresenta  entrevista sobre este tema ”,e, em reportagem ,   chegou  a estimar que, na noite de 5.ª feira (20) havia mais de 1 milhão de pessoas protestando no Brasil..
                                          Nesta edição, inicia a reportagem com o seguinte lead: “ Podem se passar décadas sem que nada mude, mas uma semana pode concentrar décadas de mudança”. Foi o que se viu na semana passada. Quem acha que não mudou em alguma coisa  e que o Brasil não mudou , passou os últimos dias isolado em uma bolha hermética.
                                         Curiosamente, aqueles que mais se enxergam como agentes da mudança , os partidos de esquerda, foram os que  mais se viram emparedados pela nova realidade das ruas.
                                          O PT acreditava que a paixão dos brasileiros por futebol seria exacerbada pelas Copas, de tal forma que ninguém mais notaria a corrupção e a ineficiência do governo. Errou feio. Os cartazes nas ruas fizeram das Copas  símbolos odiados pelo gasto  público de péssima qualidade, do desvio de dinheiro e do abuso de poder.(...)
                                            Falcão( o presidente do PT) mandou as militâncias retomar as ruas, das quais os petistas se achavam donos , e viu o povo cair de pau na hipocrisia. Lula mandou os sindicalistas se fingirem de povo  e o resultado foi o mesmo. (Receberam ) Cascudos como intrusos e tiveram suas bandeiras queimadas e rasgadas.
                                            Os esquerdistas tiveram de ouvir um dos mais elegantes xingamentos da história mundial das manifestações: “ oportunistas, oportunistas”
                                           Para quem não é do ramo, a frase que abre este texto é do pai de todas as revoluções, o russo Lênin. Até ele ficaria sem palpite, se tivesse presenciado as mudanças dos últimos dias no Brasil” ( apud. P. 63, Veja 26 de junho de 2013.
                                          Na avaliação de Santana ( marqueteiro do governo) ,às  p. 71 , lê-se: “(...) nos últimos  anos , a vida do brasileiro médio melhorou “da porta para dentro” com aumento do emprego, da renda e do consumo, mas piorou significativamente “da porta para fora, com o crescimento da criminalidade, a piora do trânsito e do transporte público
                                         O que se colheu até agora a respeito das manifestações foi a redução das tarifas de ônibus em vários lugares, porque os governantes  ainda insistem  em serem cegos e  imediatistas, achando que assim vão calar as ruas.
                                        .Não perceberam  que  o povo está dizendo  que o que se  paga no Brasil  é  muito mal pago; mesmo que a passagem de ônibus  fosse de graça ,  quem  anda de ônibus é tratado pior   do que gado , transportado com mais dignidade, senão a sociedade protetora dos animais  vai agir.. 
                                         Não perceberam que o povo sabe que por trás  da ineficiência do transporte público  está a corrupção , os empresários do setor sendo financiadores de campanhas que recebem em troca  editais de licitação dirigidos, “uma fiscalização  leniente e vista grossa para planilhas suspeitas”( opus cit.. p 86-87,) TEXTO ADAPTADO DA Revista Veja edição 2326-  ano 46, n.ª 25 de 19/06/2013 ;
Revista Veja  ano 46, N.º 26(Veja São Paulo) de 26/06/2013; Revista Veja  edição 2327- ano 46, n.º 26 de 26/06/2013; Revista Veja  edição 2328- ano 46- n.º 27 de o3 de julho de 2013


4. MOMENTO DE ENTENDIMENTO DO TEXTO



Elabore um cartaz de  protesto,  escolhendo um destes enfoques a seguir sugeridos, para, depois, ser afixado em varal coletivo.
a)       coisa errada em relação ao país;
b)       coisa errada em relação a sua cidade
c)       coisa errada em relação a sua escola







Atividade de Leitura ,  debate oral e apresentação da música
               “ Até Quando”
                               de Gabriel, o Pensador e Itaal Shur







Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha de sofrer!

Até quando você vai ficar usando rédea?!
Rindo da própria tragédia Até quando você vai ficar usando rédea?!
Pobre, rico ou classe média
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
Muda que o medo é um modo de fazer censura.

Até quando você vai levando (Porrada ! porrada!)
Até quando você vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando? (porrada! Porrada!)
Até quando vai ser saco de pancada?

Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente
O seu filho sem escola, seu velho ta sem dente
Ce tenta ser contente e não vê que é revoltante
Você ta sem emprego e sua filha ta gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocente foi preso em flagrante!
É tudo flagrante! É tudo flagrante!
É tudo flagrante! É tudo flagrante!

A polícia
Matou o estudante
Falou que era bandido
Chamou de traficante!
A justiça
Prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado
E absolveu os PMs do Vigário!

A polícia só existe pra manter você na lei
Lei do silêncio, Lei do mais fraco
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco
A programação existe pra manter você na frente
Na frente da TV, que é pra (te) entreter
Que é pra você não ver que o programado é você!

Acordo, não tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar
O cara me pede diploma, não tenho diploma, não tenho diploma, não pude estudar
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado, que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá
Consigo um emprego, começa o emprego, me mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar
Não peço arrego, mas onde eu chego se eu fico no mesmo lugar?
Brinquedo que o filho me pede, não tenho dinheiro pra dar!

Escola! Esmola!
Favela! Cadeia!
Sem terra, enterra!
Sem renda, se renda! Não! Não!

Muda que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda, ninguém manda na gente!

Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de atitude a gente fica mais seguro!
Na mudança do presente , a gente molda o futuro!
Até quando você vai ficar levando porrada,
Até quando vai ficar sem fazer nada!
Até quando você vai ficar de saco de pancada?
Até quando?